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O que seria ARRAPARIGAMENTO?
O que seria ARRAPARIGAMENTO?
Já estamos habituados, no nosso dia a dia, a termos que chamo de americanalhados, no mundo corporativo então temos feedback, empowerment, branistorm e tantos outros.
Recentemente, em conversa sobre o mercado de trabalho, surgiu a discussão sobre o dilema entre o que é certo e devido, em detrimento ao menor preço, sem se importar com a qualidade do produto e/ou serviço. Nos veio então, uma palavra não tão bonita, mas ao contrário da origem americana esta é do nosso bom cearês, o ARRAPARIGAMENTO.
Assim, decidi jogar entendimento, contextualização e aplicabilidade sobre a dita palavra.
Quando um mercado que se declina ao menor preço para garantir a obtenção do “negócio” (o que muitas vezes não significa lucratividade e sim apenas manutenção do quadro funcional e/ou no mercado), ouve-se muitos comentários do tipo “o mercado está prostituído”... e esta opinião ou sensação tem ganhado terreno ultimamente.
A questão é: como se manter competitivo em um mercado no qual o cliente final, cego por falta de conhecimento sobre os insumos que compõem o produto, não sabe balizar sua aquisição se não apenas pelo valor como comparativo? Onde os fornecedores tem se acotovelado na busca de volume e por vezes sem comprometimento ou acompanhamento de quem vai executar o processo de fabricação e este fabricante, por sua vez, burla ou faz adaptações visando unicamente melhorar o lucro sobre o preço negociado. Sim eu disse PREÇO e não valor, pois valor é outra coisa. Valor seria o produto com os insumos certos e completos atendendo todas as normas de exigências e com um atendimento dentro do prazo e com excelência nos prazos determinados.
O questionamento continua: “como se manter em um mercado tão prostituído?” Teremos que nos ARRAPARIGAR para nos mantermos neste mercado? Como não ser o correto que conta as moedas no final do mês ou o ‘bem sucedido’ sobre um negócio que não é tão bom ou correto assim? Há um equilíbrio?
Cabe a cada empresa, e nela cada colaborador, fazer o melhor para não ARRAPARIGAR e muito menos quebrar, levar o mínimo possível de conhecimento técnico ao cliente, relacionar todas as opções de insumos e seus referidos ensaios e os resultados destes, fazer as adequações técnicas aos produtos envolvidos sem sair das normativas exigidas. Com certeza o volume de trabalho será maior, mas também será maior a garantia de não retornar à obra para correções e, obviamente, haverá ganho na imagem da empresa frente a seus clientes.
Fazer apenas uma venda, não importar-se com a fidelização do cliente, ter que retornar à obra para refazer e/ou corrigir o que foi feito, tudo isso é demasiado desgastante, trabalhoso e, por vezes, mais oneroso. Porém, ainda há quem diga que prostituição ‘é vida fácil’, talvez não saibam o que passa quem se prostitui e os riscos do ‘cliente’ em se contaminar caso não se “previnam”
João Lopes de Melo Neto - em 21 de maio de 2018