A água da loucura
Aos poucos a população foi se abastecendo da água em suas casas e foram enlouquecendo até que todos enlouqueceram. O rei – que tinha um poço só para si e sua família, onde o feiticeiro não conseguira entrar – tentou controlar a população. Baixou uma série de medidas de segurança e saúde pública, mas não havia mais policiais ou inspetores, pois eles também haviam bebido a água envenenada.
Quando os habitantes daquele reino tomaram conhecimento dos decretos, ficaram convencidos de que o rei enlouquecera, e agora estava escrevendo coisas sem sentido. Aos gritos, foram até o castelo e exigiram que renunciasse à coroa.
Desesperado, o rei prontificou-se a deixar o trono, mas a rainha o impediu, dizendo: “vamos agora até a fonte, e beberemos também. Assim, ficaremos iguais a eles”.
E assim foi feito: o rei e a rainha beberam a água da loucura, e começaram imediatamente a dizer coisas sem sentido. Na mesma hora, os seus súditos se arrependeram: agora que o rei estava mostrando tanta sabedoria, por que não deixá-lo governando o país?
O país continuou em calma, embora seus habitantes se comportassem de maneira muito diferente de seus vizinhos. E o rei pode governar até o final dos seus dias. Ao que consta - Paulo Coelho
Em uma organização em que os ritmos ou os interesses divergem alguém sempre finda bebendo da água da maioria e cedendo, o que quebra o equilíbrio do bom clima organizacional, pois este tipo de atitude pode acarretar a um acumulo de frustração e um declínio na autoestima. O correto é o bom e velho feedback somado a uma argumentação ponderada e convincente. Nem sempre a maioria tem a razão. João Lopes