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CRISE DE GESTÃO OU GESTÃO DE CRISE?

Posted by Presta Atenção nos textos e dicas on 22:03 in , ,
Os executivos vêm sendo cada vez mais pressionados a desenvolver competências e comportamentos que os capacitem a identificar crises, bem como a lidar com elas mediante respostas rápidas e assertivas, que minimizem desdobramentos negativos e gerem condições de superar as perdas, bem como preservar a dinâmica organizacional.

Para uma empresa as consequências de uma crise mal gerenciada podem ser dramáticas: perda de confiança, de credibilidade e de competitividade. Os executivos de todos os níveis da organização são contratados para gerenciar crises. Suas competências são testadas quando têm que enfrentar crises significativas como a atual, que podem romper o processo da criação do valor da companhia, comprometer fontes de renda, aumentar as despesas operacionais e outros.

A intensidade com que a atual crise econômico-financeira passou a fazer parte do cotidiano organizacional desafia o profissional, no sentido de analisar, decidir e agir sob a pressão dos stakeholders da empresa - colaborador, cliente, fornecedor, comunidade e investidor.

Em pesquisa recente sobre o que os executivos brasileiros pensam sobre gestão de crise e como eles estão preparados para situações inusitadas (conduzida pela Imagem Corporativa e publicada na VOCÊ S/A de 25/01/09) constam indicadores preocupantes como às questões abaixo:

"Se ocorresse uma crise em sua empresa?": mais de 70% dos profissionais responderam que ela estaria "parcialmente" ou "não preparada". Do outro lado, à pergunta "qual é a importância que sua empresa atribui a planos de prevenção e gestão de crises?", mais de 80% responderam entre "fundamental" e "importante".

Com relação à questão se "como executivo, acredita que a globalização e as novas tecnologias para multiplicar a comunicação são capazes de potencializar o efeito de crises empresariais, a ponto de exigir um nível mais sofisticado de mapeamento de riscos potenciais e programas de prevenção e gestão de crises?", 100% responderam "sim". Assim sendo, como enfatiza a pesquisa, praticamente 10% das empresas estão cada vez mais preocupadas em criar e implementar programas de prevenção e gestão de crises.

Respostas personalizadas às crises são essenciais, porque nem todas são iguais. A preparação para uma Gestão de Crise é uma questão de postura que implica a adoção de algumas práticas que qualquer executivo pode incorporar, com o intuito de se preparar para enfrentar problemas inesperados, ou seja, para evitar uma Crise de Gestão. O que fazer? Damos aqui algumas dicas básicas para uma Gestão de Crise:

1. Prepare Planos de Contingência (Plano "B"), ou seja, um plano da continuidade do negócio, identificando aquelas funções e processos que são críticos ao negócio e que podem comprometer o relacionamento com um ou mais stakeholder chave.

2. Anuncie, imediata e claramente para toda a organização que as únicas pessoas a falarem sobre a crise em ambiente externo são os membros da alta Direção.

3. Dê a informação exata e correta para evitar a "vingança" de uma informação mascarada.

4. Mova-se rapidamente. A gestão mais eficaz da crise ocorre quando a crise é detectada e tratada rapidamente - antes que possa impactar o negócio da organização ou seu relacionamento com os stakeholders.

5. Envolva o corpo gerencial e, eventualmente, crie uma "Equipe de Crise". Ao decidir ações, considere não somente as perdas a curto prazo (queda do lucro operacional), mas focalize-as também nos efeitos a longo prazo (queda da rentabilidade do negócio).

Acima de tudo, lembre que, em chinês, o símbolo da palavra "crise" é formado pelos ideogramas das palavras "risco" e "oportunidade". Portanto, transforme o risco de uma "Crise de Gestão" na oportunidade de uma "Gestão de Crise".


Werner Kugelmeier
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